# 40 Delfim Pereira

Delfim Pereira | Setembro 2019 

Delfim Júlio Barroso Pereira tem 42 anos e é natural do concelho de Chaves, freguesia Santa Maria Maior. Licenciado em Geografia Ordenamento do Território com Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Gestor da GisGeo Information Systems, Lda. especializada em SIG, sistemas de localização em tempo real e produção de software e da STCA – Serviço de Transportes e Comércio Automóvel, Unip. Lda.
 
Outros:
A Gisgeo é a responsável pela construção dos seguintes WebSig’s públicos e de interesse geográfico:
http://aae.ccdr-n.pt/ - Áreas de Acolhimento Empresarial da Região do Norte de Portugal
http://portaldoclima.pt/ - portal do clima e das alterações climáticas do IPMA 
 
1 - Comentário a um livro que o marcou ou cuja leitura recomende.
Um dos livros que mais me marcou, curiosamente no secundário, foi o livro "Bichos", da autoria de Miguel Torga. Como transmontano que sou, identifico-me muito dado que os meus avós sempre tiveram animais em casa e estes faziam parte do dia-a-dia com personalidades muito próprias e sempre presentes.
 
2 - Que significado e que relevância tem, no que fez e no que faz, assim como no dia-a-dia, ser geógrafo?
Ser geógrafo ou ter sido educado por geógrafos tem ainda muita influência em mim, na forma como observo, como organizo e enquadro mentalmente o que leio, ouço e vejo. Isto foi-me incutido na formação como geógrafo, devo-o aos meus professores, tanto o olhar científico e multifacetado da forma como observo e estou na vida, vejo ou tento ver a Geografia nas coisas mais simples. 
 
3 - Na interação que estabelece com parceiros no exercício da sua atividade, é reconhecida a sua formação em Geografia? De que forma e como se expressa esse reconhecimento?
Sim sempre. A Geografia faz parte do que faço. Além disso, tenho sempre o cuidado de o que se se cria sair ser sempre geograficamente correto. Criei uma empresa que vende e faz por vender Geografia, torna-la acessível a todos. Hoje usa-se cartografia para tudo, assim como geolocalização e tecnologias de GPS. Há um reconhecimento alargado da importância da Geografia e temos que aproveitar este momento.
 
4 - O que diria a um jovem à entrada da universidade a propósito da formação universitária em Geografia, sobre as perspetivas para um geógrafo na sociedade do futuro? E a um geógrafo a propósito das perspetivas, responsabilidades e oportunidades?
Dedicação absoluta às aulas e aos professores, era o que lhes diria. Eles, os professores, foram a minha fonte de inspiração, deram-me conhecimento suficiente para enfrentar o problema e resolvê-lo. O geógrafo é multifacetado e um observador capaz de utilizar ferramentas científicas, preparado para tudo, centrado no território. O geógrafo terá que ter um papel importante, penso que mais ainda no futuro.
 
5 - Queríamos pedir-lhe que escolha um acontecimento recente, ou um tema atual, podendo ambos ser de âmbito nacional ou internacional. Apresente-nos esse acontecimento ou tema, explique as razões da sua escolha, e comente-o, tendo em conta em particular a sua perspetiva e análise como geógrafo.
Gosto muito de geopolítica mas tenho e quero abordar o turismo porque da geopolítica veio a mudança que alterou os paradigmas e que puseram Portugal no mapa do turismo internacional, esta tudo nas novas tecnologias, a internet e a capacidade de termos na mão, num simples telemóvel todo o poder de pesquisa e usarmos essa informação para sermos mais eficazes e mais rápidos, algo que ninguém estava a espera, desde uma primavera árabe que provocaram aqueda de alguns governos graças ao Facebook e a possibilidade e divulgação na rede social e através da internet provocou uma alteração nos fluxos de turismo e que se alteraram para Portugal, devido a estabilidade e a economia de baixo custo e de repente temos ca o que sempre quisemos ter, o turismo em massas e em larga escala, a internet trouxe-nos os airbnb’s e os bookings que vieram alterar o monopólio das estadias e o paradigma da hotelaria e essa mesma internet trouxe a alteração dos transportes, nomeadamente a uber e outras plataformas, tudo isto graças a simples capacidade de um telemóvel se poder ligar á internet e de existirem aplicações capazes de nos ligar com centrais de distribuição, o problema é que não estamos preparados para tudo isto e o que é demais vai causar problemas e impactos e já os vemos, e se não tivermos cuidado não teremos segurança suficiente para estes enxames nem as nossas infraestruturas aguentarão este impacto e  vamos perder, vamos perder ate a propriedade porque há quem tenha mais que nós e venha cá e compre isto tudo e faça o que quiser como ate agora se tem feito, daí temos que ser nós geógrafos a ter mão nisto, não quero agoirar mas este país está em saldos há já algum tempo e as poucas pessoas que podem ajudar não o fazem ou porque não podem ou porque o fazem com o seu próprio interesse implícito, acho que o poder local não provou ate hoje que é incorruptível e temos assistido diariamente a abusos, e as entidades que antes ainda tinham alguma mão, por exemplo no ordenamento, está agora limitadas porque é no poder local que se concentrou essa autoridade e no entanto não foram contratados geografo em larga escala para ajudar nesse mesmo ordenamento, ficou tudo na mesma, e como nunca tivemos uma estratégia de marketing territorial á escala nacional isto é um salve-se quem puder, espero estar enganado e espero também que que um dia seja obrigatório contratar geógrafos para termos um pais de todos e para todos e não só de alguns e para alguns.
 
6 - Que lugar recomendaria para saída de campo em Portugal? Porquê?
A visita ao Anticlinal de Valongo, em especial no lugar da Senhora do Salto, em Paredes.